A Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) faz parte da história da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e se faz presente em grandes momentos da instituição.

Há 29 anos, em 13 de abril de 1994, foi realizada a abertura oficial da Praça da Cidadania, ocasião em que também foi apresentado à sociedade o Monumento Contra a Fome, obra do artista plástico catarinense Plínio Verani Júnior concebida com apoio da Fapeu.

A implantação da Praça da Cidadania, em frente à Reitoria da UFSC, foi idealizada pelo arquiteto e paisagista Burle Marx em 1992 dentro de um projeto de humanização do campus universitário.
Como parte do plano, a rua principal da UFSC foi fechada para passagem de automóveis, a fim de se tornar um lugar de integração, expressão artística e cultural.

O evento de inauguração da praça contou com a presença do então reitor, o professor Antônio Diomário de Queiroz, autoridades locais, aproximadamente 4 mil pessoas da comunidade universitária e de Herbert de Souza, o Betinho, sociólogo e um dos maiores ativistas sociais do Brasil.

Em 1994, Betinho voltou ao Brasil após nove anos de exílio pela ditadura. Defensor da luta contra a fome e a miséria, Betinho proferiu naquele nublado fim de tarde de 13 de abril uma aula magna na Praça e foi homenageado pela UFSC com o título de Doutor Honoris Causa, proposto pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE); além de um monumento erguido na mesma Praça da Cidadania.

Para marcar aquela nova fase da UFSC e que a passagem e a mensagem de Betinho fossem registradas às gerações futuras, foi erguido um monumento em sua homenagem, ligado a uma de suas maiores lutas: o combate à fome e à miséria. O legado daquele momento está simbolicamente registrado nesse monumento que carrega a frase de Betinho “A fome é crime ético”.

Plínio Verani recordou, em entrevista para a Agecom da UFSC em 2016, que foi chamado às pressas para “resolver um problema”. O desafio era criar um marco para a vinda de Betinho à UFSC em apenas dois dias. Baseou sua inspiração nas circunstâncias do momento, na filosofia de Betinho, e no que era possível produzir no pouco tempo estipulado

O artista relembrou que, de caminhão, coletou as pedras, independente do tipo geológico, em vários pontos da ilha de Santa Catarina. A criação artística e a solução técnica precisaram também levar em conta o tempo de execução. E desta forma conseguiu realizar, com apoio da Fapeu, o projeto.

Hoje cercado de plantas, o monumento pode ser visto na Praça da Cidadania próximo ao busto (2010) do primeiro reitor João David Ferreira Lima.

Fotos: Acervo Agecom/UFSC
Com informações da Agecom e Arquivo Central da UFSC