Parceiro da Fapeu no desenvolvimento de projetos, o professor Raul Sidnei Wazlawick, docente do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi indicado ao Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação – Francisco Romeu Landi, iniciativa do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A premiação é concedida a pessoas físicas que tenham se destacado em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação “cujos resultados produziram conhecimento e beneficiaram, direta ou indiretamente, o desenvolvimento e o bem-estar das populações brasileiras”.
Wazlawick e o professor Aloísio Klein, na categoria Pesquisador Destaque – Ciências Exatas, foram indicados pela UFSC e selecionados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) para serem os representantes catarinenses na disputa que definirá os finalistas da premiação. “Considerando a quantidade e qualidade dos pesquisadores da UFSC, já me senti honrado ao ser indicado pela minha Universidade. Ter esse reconhecimento corroborado por uma análise envolvendo representantes de todas as universidades de Santa Catarina é extremamente gratificante. Com certeza é um grande prêmio a ser comemorado”, celebra o professor. O resultado final será conhecido no próximo dia 9 de dezembro.
Além de estar à frente do Laboratório Bridge (bridge.ufsc.br) desde 2013, Wazlawick ministra disciplinas na graduação e pós-graduação da UFSC, é autor de cinco livros e de mais de uma centena de artigos científicos na área de engenharia de software. Em parceria com o Ministério da Saúde e apoio da Fapeu, o Bridge desenvolveu o projeto e-SUS APS, um sistema pioneiro no setor de tecnologia da inovação em saúde.
“O e-SUS APS é um projeto dinâmico e exige agilidade na sua execução, o que pede um fluxo administrativo rápido e constante. Para o sucesso do projeto é fundamental que a fundação de apoio seja eficiente e atuante para garantir a sustentação necessária para as atividades técnicas serem conduzidas conforme o planejamento”, disse o professor para a edição 12 da Revista da Fapeu sobre a participação da Fapeu no projeto.
O e-SUS APS oferece soluções informatizadas para a atenção básica à saúde no Brasil, especialmente em relação ao prontuário eletrônico dos pacientes, coleta de informações e atenção domiciliar. Hoje, o sistema atende cerca de 80% dos municípios brasileiros, é operado por mais de 700 mil profissionais e possui mais de 5 bilhões de registros clínicos – e com 90% de satisfação entre os usuários. A equipe multidisciplinar responsável pelo produto atualmente é formada por 172 colaboradores.
“É um grande sistema de informação cujas ferramentas são disponibilizadas gratuitamente pelo Ministério da Saúde aos municípios brasileiros. Hoje cerca de 80% dos municípios usam a solução completa ou simplificada; e os demais municípios, que usam sistemas próprios, trabalham de forma integrada com a solução do e-SUS APS, totalizando assim uma cobertura de praticamente 100% do território brasileiro. Os municípios têm assim uma solução para melhorar seus serviços de saúde na atenção básica e estima-se que só com economia em licenças de software sejam economizados por ano vários bilhões de reais”, explica o professor.
Trajetória
Natural de Porto Alegre (RS), Raul Wazlawick mudou-se com a família para Florianópolis aos oito anos, em 1976. Desde criança era fascinado por histórias com computadores em gibis e seriados de TV. “Entrei na computação para desenvolver jogos, mas acabei seguindo outros caminhos”, lembra. Seus pais tinham uma distribuidora de alimentos e trabalhavam, principalmente, com supermercados. “Um dos primeiros sistemas informatizados que desenvolvi – logo depois de formado – foi para gerenciar a empresa deles”, revela o professor, que se graduou em Ciência da Computação pela UFSC em 1988.
Professor da Federal de Santa Catarina desde 1992, Wazlawick possui mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990), doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC (1993) e pós-doutorado pela Universidade Nova de Lisboa (1998). Atualmente leciona as disciplinas Informática e Sociedade e Engenharia de Software II no bacharelado em Ciência da Computação, e Análise de Sistemas e Algoritmos e Programação no mestrado profissional em Informática e Saúde. Como docente, realizou 51 orientações de mestrado e sete de doutorado.
Na UFSC, já ocupou os cargos de coordenador do bacharelado em Ciência da Computação, coordenador do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Ciência da Computação, conselheiro da Câmara de Pós-Graduação e diretor acadêmico do Campus de Araranguá. Na Sociedade Brasileira de Computação (SBC), foi conselheiro suplente por quatro mandatos e conselheiro titular por um mandato, além de coordenador do Comitê Especial de Informática na Educação, entre 1995 e 1997. Criou e foi editor da Revista Brasileira de Informática na Educação da SBC, entre 1997 e 2001.
Reconhecimento
O docente recebeu, juntamente com sua orientanda Marília Guterres Ferreira, o prêmio Best Paper Award na Conferência Iberoamericana de Engenharia de Software em 2011. Dois anos depois, foi condecorado com o título de Professor Honoris Causa pelo Centro de Instrução de Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro por sua contribuição para a organização das atividades de pesquisa científica daquele órgão.
Entre suas publicações, constam 28 artigos em periódicos e 118 artigos em eventos, bem como sete capítulos de livros. É autor de cinco livros: Análise e design orientados a objetos para sistemas de informação: modelagem com UML, OCL e IFML, (Elsevier, 2004; 3ª edição em 2015; edição em inglês pela Morgan Kaufman, 2014); Metodologia de pesquisa para Ciência da Computação (Elsevier, 2009; 2ª edição em 2014, 3ª edição pela LTC em 2020); Engenharia de software: conceitos e práticas (Elsevier, 2012; 2ª edição em 2018); Introdução a algoritmos e programação em Python: uma abordagem dirigida por testes (Elsevier, 2017) e História da Computação (Elsevier, 2016). Este último título foi um dos 10 finalistas entre os livros de tecnologia na 59ª edição do Prêmio Jabuti, ocorrida em 2017.
O pesquisador tem experiência na área de engenharia de software, atuando principalmente em modelagem de sistemas orientados a objetos, desenvolvimento ágil e melhoria do processo de desenvolvimento de software. Como coordenador geral do Laboratório Bridge, lidera uma equipe com alunos de graduação e pós-graduação da UFSC, além de profissionais das áreas de qualidade de software, análise de sistemas, desenvolvimento web e mobile, design, gestão, suporte e administração.
Casado e pai de três filhas, Raul Wazlawick desfruta o tempo fora do laboratório e das salas de aula com outros hobbies. É músico amador, tendo como principal instrumento o piano, gosta de viajar para conhecer novos lugares e passa boa parte do tempo livre explorando os universos de RPGs. Realizado pessoalmente, soma agora à sua trajetória acadêmica uma nova conquista: a indicação na categoria Pesquisador Inovador – Inovação Para o Setor Público do Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação – Francisco Romeu Landi.
* Com informações do jornalista Maykon Oliveira - Agecom/UFSC
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